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Vietnã sinaliza que deve aceitar ser parceiro do Brics 2s3m3z

Por RICARDO DELLA COLETTA / Folhapress

11 de junho de 2025, às 10h40

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O governo do Vietnã sinalizou que planeja anunciar nas próximas semanas sua entrada como parceiro do Brics. A decisão vietnamita deve ampliar para dez o número de países na categoria criada na última cúpula do bloco, em Kazan, na Rússia.

A expectativa é que o primeiro-ministro Phạm Minh Chinh realize o anúncio no âmbito da reunião de líderes do Brics no Rio de Janeiro, no início de julho. A presidência do bloco neste ano é exercida pelo governo Lula (PT), que foi comunicado da intenção do país asiático.

O status de país parceiro foi criado no ano ado, como forma de uma conciliação entre os membros plenos do Brics que apoiavam e os que se opunham a uma nova rodada de expansão. Trata-se de uma categoria inferior, que não participa de todas as negociações, mas a ideia é que ela abra as portas para uma futura adesão integral.

Além de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, hoje são membros plenos do Brics Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. A Arábia Saudita, convidada em 2023, nunca oficializou seu ingresso, mas tem escalado representantes para as reuniões.

Já os países parceiros são: Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão. O Vietnã vinha resistindo a aceitar o convite feito no ano ado, uma decisão vista como coerente com a tradição diplomática do país de manter independência das principais alianças internacionais —conhecida como diplomacia do bambu.

Antes de sinalizar à presidência brasileira que aceita ser parceiro do Brics, o Vietnã já tinha sido convidado por Lula para participar da cúpula no Rio. O convite ocorreu durante visita do petista a Hanói, no final de março. No caso, era um convite especial da presidência, do tipo semelhante ao estendido a líderes como Gabriel Boric (Chile) e Gustavo Petro (Colômbia). A resposta de Hanói foi a de que pretende comparecer ao Rio, na condição de país parceiro.

Na ocasião da visita de Lula à capital vietnamita, segundo comunicado conjunto dos dois governos, o Vietnã “elogiou as prioridades da presidência brasileira do Brics em 2025: saúde; comércio, investimento e finanças; mudança do clima; governança de inteligência artificial; reforma do sistema multilateral de paz e segurança; e desenvolvimento institucional do Brics”.

O governo Lula quis evitar durante este ano uma nova rodada de expansão do Brics, uma pauta que tem forte apoio da China e da Rússia. O argumento é que a atual presidência precisa focar a consolidação institucional do bloco ampliado, com o acordo de regras e procedimentos.

O caso da entrada do Vietnã, no entanto, é visto no Itamaraty como diferente. Isso porque o país tinha sido convidado em 2024, estando pendente apenas a resposta oficial.

Na cúpula de Kazan, no ano ado, Argélia e Turquia também foram convidadas a se tornarem membros parceiros, mas ainda não responderam. O caso da Turquia é especialmente sensível, por ser um país que faz parte da Otan, a aliança militar do Ocidente. O governo de Recep Tayyip Erdogan havia solicitado a entrada como integrante pleno do Brics, mas acabou frustrado por ter recebido um convite para um status inferior, de parceiro.

Foi na cúpula de Kazan que o governo Lula decidiu vetar a entrada da Venezuela, do ditador Nicolás Maduro, como membro associado ao Brics. A decisão gerou uma série de críticas de Caracas contra o Brasil, abrindo uma crise nas relações entre o governo petista e o regime chavista.

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