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DIA DA MULHER 2d5j4

Nos anos 50, dentista foi a primeira mulher a assumir como vereadora em Americana g38k

Como suplente, Faustina de Almeida Chiaravalotti ocupou temporariamente a vaga de Abrahim Abraham

Por Ana Carolina Leal

08 de março de 2023, às 07h08 • Última atualização em 08 de março de 2023, às 09h33

Apesar de a primeira vereadora eleita de Americana ter aparecido apenas nos anos 90, em 1955 uma mulher chegou a ser empossada na câmara local: a dentista Faustina de Almeida Chiaravalotti, que, como suplente, assumiu temporariamente a vaga de Abrahim Abraham, que havia pedido licença.

“A tia era uma pessoa folclórica, muito além da época dela, foi a primeira vereadora mulher, trouxe o Getúlio Vargas [ex-presidente do Brasil] para almoçar na casa do meu avô. Ela tinha uma visão diferenciada do papel da mulher na sociedade. Era protagonista da vida dela. Tudo que achava que era direito dela, fazia e se dava bem”, recorda o sobrinho Fausto Almeida, 70, em conversa com o LIBERAL.

Faustina e toda família residiam no cruzamento das Ruas Vieira Bueno e Doze de Novembro, região central da cidade. Como suplente, assumiu a cadeira na última sessão da 2ª Legislatura, em 27 de dezembro de 1955. Na ocasião, apresentou a primeira propositura de autoria de uma vereadora na história do legislativo americanense: “Solicita que o prefeito adote medidas tendentes a impedir a exportação de gêneros de primeira necessidade.”

Casou-se com Giovanino Chiaravalotti e teve três filhas, uma delas já falecida. A dentista morreu em 29 de março de 1964, aos 53 anos.

Faustina durante comício em Americana: participação ativa na política local – Foto: Reprodução

SEIS DÉCADAS. Desde que Faustina fez história, aram-se 68 anos. E neste período apenas 10 mulheres, incluindo as três vereadoras atuais, conseguiram o mesmo feito.

A vereadora Faustina Chiaravalotti – Foto: Acervo/Câmara de Americana

“Muitas conquistas foram obtidas pelas mulheres ao longo dos anos, dentre elas o direito ao voto e a maior participação em espaços públicos. No entanto, quando se trata da representatividade na política verificamos o quanto incipiente está a ocupação deste espaço por nós mulheres”, afirma a vereadora Professora Juliana (PT).

De acordo com a parlamentar, a representatividade das mulheres tanto no legislativo como no comando das secretarias municipais nunca foi paritária na história de Americana. “Isso deixa as mulheres à margem dos processos de elaboração das políticas públicas e enfraquece o campo democrático pela falta de pluralidade nos debates e representação”, enfatiza.

Vereadora pelo Avante, Nathália Camargo acredita que a participação do público feminino vem crescendo a cada eleição e em todas as esferas, mas ainda é pequena.

“Não estamos nem entre os 100 primeiros países na lista internacional de participação de mulheres na política.”

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Eleita três vezes, a vereadora Leonora Périco (PDT) considera a participação feminina na política como “uma história de força, paixão e coragem. Estamos avançando a os lentos, porém, largos”.

As vereadoras da atual legislatura em Americana: Nathália Camargo, Leonora Périco e Prof. Juliana – Foto: Marcelo Rocha/Liberal

Nesta quarta, Dia Internacional da Mulher, a Câmara de Americana inaugura oficialmente a galeria de vereadoras em seu site. No endereço eletrônico, é possível conhecer um pouco da história de todas as mulheres que aram pelo legislativo local.

Vereadoras de Americana 355f

  • Faustina de Almeida Chiaravalotti (1952-1955)
  • Maria Solange Ferreira Xavier (1993-1996)
  • Maria Inês da Silva (1993-1996)
  • Maria de Lourdes Salvador dos Santos Ginetti (2005-2008)
  • Divina Bertalia (2009-2012)
  • Leonora da Silva Périco (2009-2012/2013-2016/2021-2024)
  • Judith Batista de Souza (2017-2020)
  • Maria Giovana Luchiari Pisoni Duarte Fortunato (2017-2020)
  • Juliana Soares do Nascimento (2021-2024)
  • Nathália Giuliani Camargo Konno (2021-2024)

Participação feminina é mínima no Legislativo e Executivo 26d6r

Dos 19 vereadores atuais de Americana, apenas três são mulheres. Na prefeitura, das 18 secretarias municipais, só três tem à frente mulheres. Presidente municipal do PDT e ex-vereadora do município, Maria Giovana Luchiari Pisoni Duarte Fortunato avalia a participação feminina na política local como mínima.

“O Poder Legislativo mantém desproporcionalidade assustadora tanto em quantidade de mulheres quanto na defesa de pautas ligadas. No Poder Executivo nunca tivemos uma mulher no comando da cidade e a participação feminina segue o padrão desproporcional e muitas vezes em secretarias sem ou com orçamento muito reduzido”, afirma Maria Giovana.

Também ex-vereadora, Divina Bertalia acredita que a ausência de mulheres nem sempre ocorre por falta de espaço.

“A mulher, naturalmente, prioriza os interesses familiares, apesar de ser sensível aos interesses públicos. E se envolve em várias áreas sociais, assumindo diversas bandeiras.”

Em nota, a Prefeitura de Americana informou que “as mulheres possuem papel de extrema importância na atual gestão, sendo esta a que mais nomeou mulheres no primeiro escalão.”

E completa que, “além do comando das secretarias de Fazenda, Cultura e Turismo e de Assistência Social e Direitos Humanos, a pasta do Esporte foi dirigida por uma mulher por quase dois anos e ainda temos o Fundo Social de Solidariedade e a superintendência do Hospital Municipal sob a gestão feminina. Ressalta-se ainda a forte presença de mulheres em cargos de secretárias adjuntas, diretoras e coordenadoras. Apenas na Prefeitura, desconsiderando as autarquias, 70% dos servidores são mulheres”.

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