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Censo 2022: católicos deixam de ser a maioria da população da RPT e outras religiões crescem 2a4rx
Situação é inédita na história da região e confirma declínio do catolicismo, que tem 879.499 devotos com 10 anos ou mais nas cinco cidades
Por Gabriel Pitor
07 de junho de 2025, às 07h57 • Última atualização em 07 de junho de 2025, às 07h59
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Os católicos deixaram de ser a maioria da população da RPT (Região do Polo Têxtil), ou seja, já não correspondem a pelo menos 50% mais um dos habitantes com 10 anos ou mais. O levantamento foi divulgado nesta sexta-feira (6) como nova etapa dos resultados do Censo 2022, realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Pode-se dizer que a situação é inédita na história da região, composta por Americana, Santa Bárbara d’Oeste, Nova Odessa, Sumaré e Hortolândia.
O LIBERAL verificou todas as pesquisas elaboradas pelo instituto — desde 1940 — e as cidades tinham, até 1991, pelo menos 75% de fiéis católicos.
Dos anos 1990 para cá, a queda se acentuou e no Censo 2010, a religião ou a abarcar 56,9% do total de devotos (432.550 católicos de 760.710 recenseados).
Por fim, no Censo 2022, foram contabilizados 425.406 católicos, que correspondem a 48,4% dos 879.499 habitantes com 10 anos ou mais.
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Ao LIBERAL, o doutorando em Ciências da Religião pela PUC-Campinas (Pontifícia Universidade Católica), Caio Henrique Esponton, afirmou que a redução no número de católicos pode ser explicada pela ascensão de novas religiões, como as igrejas evangélicas.
Ele ainda apontou que a imagem da instituição está arranhada por escândalos, que comunidades têm problemas para manterem seus padres e que há uma cobrança para que a igreja seja mais acolhedora.
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“Fala-se de uma indiferença e, inclusive, de um ritualismo vazio que já não desperta a experiência religiosa que a maioria das pessoas procuram. Há uma tentativa desesperada de recuperação de fiéis em agrupamentos ultraconservadores. Chamo isso de último suspiro. Creio que não resolverá o problema, mas o agravará”, ponderou.
Em alta 3g5h1y
Por sua vez, a quantidade de evangélicos tem aumentado exponencialmente. Em 2010, o censo apontou 231.481 devotos (30,4% do total) na região, enquanto em 2022 foram registrados 299.357 (34% do total).
Caio comentou que o crescimento da religião é complexo e está atrelado a movimentos políticos, sociais e midiáticos. No entanto, ele destacou que muitas crianças e adolescentes da última geração nasceram em núcleos familiares já estabelecidos com evangélicos, ou seja, as “conversões” diminuíram.
Esses jovens têm se articulado por meio de grupos de apoio, células de oração e cultos especiais, o que aumenta a capilaridade e a proximidade afetiva entre os fiéis.
“Eles [os evangélicos] estão mais presentes na mídia, nos meios digitais, nos canais de comunicação, do que os católicos. Há toda uma estrutura montada pelas igrejas para que se chegue no jovem”, completou.
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