MEIO AMBIENTE 36s12
Franquias sociais de reciclagem triplicam capacidade na região e se aproximam de meta ambiental 1e513i
Em dois anos, unidades alcançaram 15% de resíduos sólidos reciclados no território do Consimares; meta nacional para 2040 é de 20%
Por Gabriel Pitor
05 de junho de 2025, às 07h37
Link da matéria: /cidades/regiao/franquias-sociais-de-reciclagem-triplicam-capacidade-na-regiao-e-se-aproximam-de-meta-ambiental-2403603/
Em projeto que vem desde 2023, cooperativas da região de Campinas triplicaram a capacidade de reciclagem após se tornarem franquias sociais da Ambipar ViraSer, multinacional com sede em Nova Odessa.
As unidades saíram de 1,7 mil toneladas/ano para 6 mil toneladas/ano de resíduos sólidos reciclados, que representam 15% das 39 mil toneladas geradas em média a cada ano nas cidades atendidas.
O percentual está próximo da meta de 20% estabelecida para 2040 pelo Plano Nacional de Resíduos Sólidos e coloca a iniciativa como exemplo para o Brasil no sentido de preservação do meio ambiente, que celebra o seu dia mundial nesta quinta-feira (5).
Ao todo, são cinco unidades na região: três em Santa Bárbara d’Oeste, a Recicoplast, a Juntos Somos Fortes e um hub ao lado do Parque dos Ipês; uma em Nova Odessa, a Coopersonhos; e uma em Monte Mor.

Os municípios fazem parte do Consimares (Consórcio Intermunicipal de Resíduos Sólidos), que ainda conta com Capivari, Elias Fausto, Sumaré e Hortolândia — também atendidos.
Para se tornar uma franquia social, a cooperativa a por uma reestruturação. Inicialmente, são implantados princípios comerciais e um modelo de trabalho semelhante ao da indústria.
O objetivo é potencializar a finalidade — no caso, a coleta seletiva e a reciclagem — de forma mais organizada e adaptada ao mercado.
No caso das cooperativas vinculadas à Ambipar ViraSer, elas ganharam novas sedes ou tiveram seus centros de triagem reformados.
Visita 2j2j23
O LIBERAL visitou nesta quarta (4) o galpão da Recicoplast, no Jardim dos Manacás, e teve a oportunidade de ver o trabalho.
O espaço é amplo e delimitado para todas as fases de separação de 37 tipos de resíduos sólidos, que chegam por meio de dois caminhões — um faz a coleta em empresas e restaurantes e outro faz o casa a casa todos os dias.
Com uso de novos EPIs (equipamentos de proteção individual), funcionários selecionam os materiais em uma esteira e depois realizam a prensagem, que produz os fardos a serem comercializados. Por mês, são produzidos de 100 a 150 fardos, vendidos por valores de R$ 0,30 a R$ 4 por quilo.
Siga o LIBERAL no Instagram e fique por dentro do noticiário de Americana e região!
“A estrutura mudou da água para o vinho. Na nossa antiga sede, lá no Conjunto Habitacional dos Trabalhadores, a gente trabalhava com água no pé quando chovia”, contou Eva Souza Lima dos Santos, de 50 anos, presidente da Recicoplast.
As melhorias impactaram nas vendas e, consequentemente, na renda obtida pelos 18 cooperados do local — hoje cerca de R$ 2,4 mil.
De acordo com a Ambipar ViraSer, isso também foi observado em outras unidades, nas quais os trabalhadores saíram de R$ 1.233 de renda média para R$ 2.076.
“Tenho comigo que se os profissionais de reciclagem não ganharem o suficiente, mesmo que muitos não entendam como é uma cooperativa, eles não querem ficar. É um serviço manual, pesado”, disse Eva.
União 411f2d
Segundo Maíra Pereira, diretora de relações institucionais da Ambipar ViraSer, é importante os municípios trabalharem em consórcios para conseguirem implantar a coleta seletiva.
Ela também destacou que as franquias trazem ganhos para indústrias, meio ambiente e cidades, e fazem a inclusão social dos cooperados com renda digna.
No entanto, para que esse trabalho possa crescer ainda mais, é necessário conscientizar a população sobre a importância da separação, bem como fazer com que o poder público estruture e explique para os cidadãos que as cooperativas existem e como elas atuam.
“As cooperativas são o elo principal da conexão do material que sai da casa das pessoas para chegar na indústria. Se a gente não falar em pessoas, se a gente não humanizar essa cadeia, a gente não chega lá. O caminho já existe, o que a gente tem de fazer é colocar em escala”, afirmou Maíra.
Para Eva, as cooperativas não podem ter medo de avançar para franquias sociais e as prefeituras precisam ajudar nas divulgações.
“Cerca de 70% da população de Santa Bárbara ainda precisa ser conscientizada sobre a separação dos materiais e a coleta seletiva. Temos um caminho bastante longo a percorrer, mas também temos o caminho para melhorar”, ponderou.
Faça parte do Club Class, um clube de vantagens exclusivo para os s. Confira nossos parceiros!