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Merchandising: quem não é visto, não é lembrado 6g515f
Nelson Rockefeller, um dos homens mais ricos da história dos Estados Unidos, dizia: "se me restar um único dólar, eu invisto em propaganda"
Por Oswaldo Nogueira
05 de janeiro de 2025, às 09h25
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A propaganda é, sem dúvida, a alma do negócio. Nelson Rockefeller, um dos homens mais ricos da história dos Estados Unidos, dizia: “se me restar um único dólar, eu invisto em propaganda”. E dentro desse vasto universo da comunicação, o merchandising se destaca como uma ferramenta poderosa.
Merchandising é a prática de inserir marcas, produtos ou serviços em contextos, como filmes, programas de TV ou até mesmo em conversas cotidianas, sem as características de um anúncio publicitário tradicional. Isso pode acontecer de maneira sutil, muitas vezes sem que o público perceba.
Quem não se lembra dos filmes do agente 007, James Bond, em que os carrões sofisticados e superpotentes eram exibidos em grande estilo? As montadoras pagavam para que seus veículos fossem destacados nas cenas, uma forma clara de merchandising.
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Além disso, durante décadas, os estúdios de cinema de Hollywood promoveram o hábito de fumar, mostrando personagens fumando em suas produções. Em um clássico exemplo de uma cena de guerra, um soldado gravemente ferido recebe um cigarro de um companheiro, traga e, em seguida, morre feliz. A indústria do tabaco pagava para que essas cenas fossem incluídas nos filmes, contribuindo para o aumento do consumo.
Até o Papai Noel ou por uma mudança impulsionada pela propaganda. Originalmente, ele usava um traje verde até 1937. Porém, a Coca-Cola, ao criar uma campanha para promover seu refrigerante, decidiu mudar a cor do traje para vermelho, a mesma cor de sua marca. O sucesso foi estrondoso e, até hoje, o Papai Noel continua vestindo vermelho, fruto dessa estratégia publicitária.
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Em 1968, a novela Beto Rockefeller, sucesso da TV brasileira, teve uma história curiosa relacionada ao merchandising. O ator Luiz Gustavo, que interpretava o personagem principal, enfrentava dificuldades financeiras devido aos salários atrasados pela TV Tupi, que estava em crise. Nesse contexto, o laboratório Fontoura propôs a ele uma gratificação de 100 dólares toda vez que ele mencionasse a palavra “Engov” nos diálogos da novela. Luiz Gustavo mencionava o nome do produto de três a quatro vezes por capítulo. A direção da novela demorou a perceber, mas, sem perceber, a propaganda já estava sendo incorporada à trama.
Esses exemplos demonstram como o merchandising está presente em nosso cotidiano de forma quase imperceptível, mas extremamente eficaz. Afinal, quem não é visto, não é lembrado.
Empresário e ex-vereador de Americana, escreve sobre temas do cotidiano com o objetivo de ser uma fonte de provocação e reflexão para os leitores; coluna quinzenal