A repercussão sobre os planos do Governo de São Paulo de instalar pedágios em rodovias foi a esperada: indignação e contrariedade. Inicialmente, a manifestação foi exclusivamente popular. Na última semana, porém, vereadores e prefeitos se posicionaram em relação ao projeto de concessão da Rodovia Luiz de Queiroz (SP-304). A mobilização se deu no sentido de que não é viável o que a gestão paulista deseja fazer por aqui.

Conforme o LIBERAL tem noticiado, os planos do governo incluem a instalação de três pórticos de cobrança em um trecho de menos de 40 quilômetros da Rodovia Luiz de Queiroz entre Americana e Piracicaba. Não há dúvidas de que uma tarifa do tipo vai afetar milhares de trabalhadores, que usam a rodovia por necessidade, e não para ear.

Neste sábado, o LIBERAL destacou ainda uma outra parte do plano, que inclui pedagiar uma via que poderia servir de rota de fuga para os pedágios da SP-304. A Rodovia Margarida das Graças Martins (SP-135), também conhecida como Estrada Velha de Tupi, liga Santa Bárbara e Piracicaba.

Os pedágios das rodovias locais estão dentro do pacote da Rota Mogiana, que prevê a concessão de 385 quilômetros de vias em uma região que não tem absolutamente nada a ver com Americana e cidades vizinhas. Não por acaso, conforme o LIBERAL apurou, a SP-304 e a Estrada Velha só entraram no pacote em um segundo momento.

A falta de diálogo do Estado com a região foi notável – não houve sequer uma audiência pública com a comunidade. A medida pegou de surpresa políticos e moradores locais, que agora tentam convencer o governo do contrário.

Tarcísio, em visita à região nesta sexta, defendeu a medida como forma de investir. Indiscutivelmente, há necessidade de investimentos, mas fazê-los tirando ainda mais do bolso dos motoristas não é a melhor solução. Espera-se que o governo ouça os motivos e os apelos de Americana e região para que os pedágios não prosperem.