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8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
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Violência da PM causou uma grande correria 362e67

Veja relato do jornalista Reginaldo Gonçalves sobre a cobertura da manifestação realizada pelo setor têxtil em 1995

Por Reginaldo Gonçalves

18 de maio de 2025, às 08h12

No ano de 1995 Americana vivia uma grave crise no setor têxtil. O Brasil era invadido pelos tecidos asiáticos e coreanos, as empresas estavam com elevados estoques e as demissões aconteciam com frequência. Para chamar a atenção das autoridades em Brasília, os empresários, trabalhadores, comerciantes e outras pessoas ligadas ao setor decidiram fazer um grande evento em Americana.

Como jornalista, estava no Grupo Liberal há quatro anos e acompanhava de perto aquela situação. Uma manifestação foi marcada para o dia 18 de maio, uma quinta-feira, às 14h, na Praça Comendador Müller. O comércio fechou as portas, autoridades discursaram e o combinado era encerrar o dia com a interdição da Rodovia Anhanguera por alguns minutos.

Empresários do setor de Americana e região paralisaram a produção liberando seus empregados e fretaram ônibus.

Tecidos importados chegaram a ser queimados e depois todos seguiram para a rodovia. O objetivo era fechar por um tempo curto a pista no sentido interior-capital. Quando lá chegamos, homens da Tropa de Choque da Polícia Militar de Campinas estavam posicionados em dois caminhões ao lado da pista no sentido contrário, nas proximidades do viaduto.

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O prefeito Frederico Polo Muller liderou as negociações e conversou por longo tempo com o tentente-coronel Cesar Coelho. O coronel Ayrton Casetani era o comandante da região de Campinas e recebia as informações de Coelho.

Estávamos às margens da rodovia quando Frederico e um grupo de quatro pessoas se reuniu com Coelho. Em seguida ele veio em nossa direção e disse: “Nós temos cinco minutos para o nosso manifesto.”

Todos foram para a pista e a Tropa de Choque veio logo atrás. Estava bem próximo quando, depois de alguns segundos, deu para ouvir a seguinte frase: “Bate, bate, pode bater.”

Não havia espaço para correr e todos tentaram sair da rodovia. Assim como o prefeito Frederico e outras pessoas, também fui agredido pelos cassetetes, mas sem gravidade. Diversas bombas de gás lacrimogêneo foram lançadas.

O SBT, por meio do programa “Aqui, Agora”, foi a única rede nacional que fez imagens do ocorrido. O governador na época, Mário Covas, entrou em contato no início da noite com o LIBERAL e conversou com Diógenes Gobbo. A repercussão foi grande e, devido à violência da PM, o coronel Casertani foi exonerado no dia seguinte. Depois desse ato houve um avanço e o setor têxtil obteve algumas conquistas.

Reginaldo Gonçalves
Jornalista

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