Num cenário escolar dinâmico, onde crianças e adolescentes enfrentam diariamente desafios cognitivos e emocionais, uma presença inusitada tem feito toda a diferença. Trata-se de Missy, uma golden retriever adestrada que se tornou a mascote oficial do Colégio Adventista do Taquaral, em Campinas.

Com seu temperamento dócil, sensível e equilibrado, a cadela não apenas circula pelos corredores da escola, mas também transforma relações, comportamentos e o próprio processo de aprendizagem.

A iniciativa, idealizada pela diretora Roberta Guimarães, pedagoga e mestre em Educação, nasceu da escuta atenta das necessidades emocionais da comunidade escolar e da crença de que vínculos afetivos têm papel central no desenvolvimento humano.

“A Missy nos ajuda a trabalhar o foco, a concentração e o equilíbrio emocional, especialmente nas séries iniciais, quando as crianças estão aprendendo a ler e escrever. Nessa fase, o emocional influencia diretamente na aprendizagem”, explica.

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A simples presença de Missy no ambiente escolar já é suficiente para promover mudanças significativas. O contato com um cão adestrado reduz o estresse, diminui a ansiedade e aumenta a liberação de hormônios ligados ao bem-estar, como a ocitocina, ao mesmo tempo em que reduz o cortisol, relacionado ao estresse.

Mas o impacto vai além do fisiológico. Missy atua como um elo afetivo para alunos mais tímidos, inseguros ou em situação de vulnerabilidade emocional.

“Temos acompanhado casos em que alunos, antes retraídos, aram a interagir com mais segurança e naturalidade após desenvolverem uma conexão com a Missy. Ela funciona como um porto seguro, uma referência de afeto silenciosa, mas extremamente poderosa”, afirma Roberta.

Afeto que ensina. Adestrada pela profissional Camila Nogueira, Missy não é apenas obediente. Ela é preparada para conviver com crianças e adolescentes, captar seus sinais e reagir com delicadeza. Essa convivência, segundo especialistas, favorece o desenvolvimento de habilidades socioemocionais como empatia, autorregulação, colaboração e responsabilidade.

“As crianças aprendem a perceber como Missy se sente, se está confortável, com sede, cansada. Isso ensina atenção ao outro, respeito e cuidado, competências fundamentais para a vida em sociedade”, complementa a diretora.

O convívio com a mascote também desperta nos alunos um senso de pertencimento. “Com o tempo, esse contato se torna uma ponte para que as crianças se sintam parte do grupo, mais confiantes e abertas à convivência social. Essa é uma conquista essencial para a formação de adultos emocionalmente saudáveis”, destaca Roberta.

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Projeto em expansão. O sucesso da experiência com Missy é tão evidente que o colégio já planeja ampliar os projetos que envolvam a interação com animais. A ideia é desenvolver novas atividades voltadas ao fortalecimento das competências socioemocionais, utilizando o vínculo afetivo como base.

“O impacto positivo que temos vivenciado com a Missy nos mostra que essa é uma direção promissora para a educação. Afinal, é impossível ensinar sem conexão, e poucas conexões são tão puras e transformadoras quanto a de uma criança com um animal”, conclui a diretora.